Hospital Regional de MS muda regras e só vai atender pacientes regulados
17/08/2025
(Foto: Reprodução) Hospital Regional de Mato Grosso do Sul receberá reformas.
Bruno Rezende
A partir de segunda-feira (18), o Pronto Atendimento Médico (PAM) do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), em Campo Grande, passará a atender apenas pacientes encaminhados via regulação. A mudança faz parte de uma reestruturação da rede pública de saúde do estado.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), o objetivo é garantir que o hospital — uma unidade de alta complexidade — concentre seus serviços apenas em casos que realmente demandam esse nível de atendimento.
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Com a mudança, pessoas com quadros mais simples, como dores leves ou pequenos traumas, devem procurar as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ou Centros Regionais de Saúde (CRSs). O acesso ao PAM do Hospital Regional será feito exclusivamente por encaminhamento da regulação.
De acordo com o secretário estadual de Saúde, Maurício Simões Corrêa, a medida busca melhorar os fluxos, reduzir filas e assegurar que cada paciente seja atendido no local mais adequado.
"Um hospital de alta complexidade deve ser voltado exclusivamente para atendimentos que exigem esse nível de cuidado. Casos mais simples — como uma dor abdominal leve ou uma unha encravada — devem ser direcionados às unidades básicas de saúde ou às UPAs", explicou.
Reorganização da rede
A alteração faz parte da chamada Nova Arquitetura da Saúde, modelo apresentado nessa sexta-feira (15) pela SES, que reorganiza os serviços de saúde do estado com base em três níveis de complexidade:
Cidades pequenas: foco na atenção primária, com atendimento em UBSs, vacinação, controle de doenças crônicas e consultas com clínicos gerais;
Cidades médias: fortalecimento da atenção secundária, com especialistas, exames mais complexos e pronto atendimento;
Cidades grandes: concentração da alta complexidade, como cirurgias, UTIs, transplantes e casos graves.
A proposta segue a Resolução nº 598/CIB/SES, que define o perfil de atendimento esperado para cada hospital. A intenção é evitar a sobrecarga de grandes hospitais, como o HRMS, com casos que poderiam ser resolvidos em unidades básicas ou intermediárias.
Segundo o governo, muitos hospitais de referência estão sobrecarregados por atenderem pacientes fora de seu perfil, o que compromete a qualidade dos serviços e eleva os custos.
Acesso regulado
Conforme o Plano de Ação Regional da Rede de Atenção às Urgências e Emergências (PAR RUE), publicado em 2019 no Diário Oficial do Estado, o acesso ao Hospital Regional deve ser feito exclusivamente por regulação. A norma reforça o princípio da hierarquização do SUS, organizando a rede conforme a complexidade do atendimento necessário.
“Essa distribuição correta dos serviços fortalece o atendimento, evita sobrecarga e assegura que cada cidadão receba o cuidado adequado no lugar certo e no momento certo”, afirmou Marielle Alves Corrêa Esgalha, diretora-presidente da Fundação Serviços de Saúde de Mato Grosso do Sul.
O novo modelo também prevê mudanças no financiamento dos Hospitais de Pequeno Porte (HPPs), com repasses adaptados à realidade de cada região. A proposta é ampliar a capacidade de resolução dos atendimentos locais e reduzir a necessidade de transferências.
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